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Quantas ações ter na carteira? Leia e decida!

Quantas ações ter na carteira? Leia e decida!

Quando estamos iniciando a montagem de nossa carteira de investimentos sempre ficamos na dúvida sobre como diversificar. Existe um número mínimo, um número máximo, quantas ações devo ter na carteira? Esta é uma das questões mais comuns sobre a montagem da carteira.

Contudo, lendo o texto de hoje você vai perceber que isso não é muito difícil de se fazer.

O INÍCIO DE TUDO

Primeiramente é importante dizer que não existe um número mágico, nem uma receita de bolo. O investimento sempre é único e pessoal. Ademais, este é um dos motivos pelos quais é importante você saber escolher os seus investimentos. Seguir cegamente recomendações de terceiros é sempre arriscado.

Assim, antes de tudo você deve se conhecer como pessoa e como investidor. Você está disposto a correr muitos riscos? Qual seria a sua reação se o seu patrimônio diminuísse 5% em um dia ou 10% em um mês, 30% em uma semana?

Todas essas são perguntas que você deve saber responder antes de montar a sua carteira de investimentos. Elas são importantes, pois são um guia de como e com quantas ações você montará a sua carteira.

Você conhece a estrategia de investimentos adotada por Warren Buffet? Leia nosso texto e saiba mais: Buy and hold: o que é? Entenda se é bom para você!

O QUE SÃO RISCO SISTEMÁTICO E RISCO ESPECÍFICO DAS AÇÕES?

Risco sistemático é o risco a que todas as empresas estão expostas independente do setor de atuação. Exemplificando temos: mudanças políticas, cenário econômico, pandemias como o coronavírus. Esses riscos são capazes de impactar empresas de todos os setores.

Já o risco específico, também chamado de não-sistemático, é aquele que afeta determinado setor ou empresa. Mudanças na legislação referentes aos bancos, afetam os bancos; uma crise hídrica pode impactar as empresas de geração de energia. Nessa linha, um acidente grave em uma empresa pode afetar apenas ela.

Os dois tipos de risco são capazes de afetar negativa ou positivamente as empresas. Uma mudança política que aponte no sentido de maior facilidade de investimentos para empresas é uma situação sistemática que afeta positivamente, em tese, todas as empresas.

Da mesma maneira, se houver uma mudança legislativa que facilite a atuação dos bancos, estes sofrerão impacto positivo.

Destaca-se que o risco sistemático é impossível de se eliminar. O coronavírus foi a prova disso, pois todas as ações da Bolsa, umas mais outras menos, foram impactadas por este evento.

A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIFICAÇÃO

Quanto menos diversificada está a carteira, mais exposta ao risco específico ela está. Dessa forma, também terá uma possibilidade de retorno muito maior.

Imagine alguém que comprou ações da Amazon quando ela ainda era uma empresa pequena. Este investidor teve um crescimento enorme no seu patrimônio se tiver mantido a sua participação até os dias de hoje.

Igualmente, o risco da carteira é muito maior. Nessa linha, imagine alguém que colocou todo o seu patrimônio em ações da Blockbuster quando esta era é maior empresa do mundo no ramo de locação de filmes. Esta pessoa provavelmente teve o seu patrimônio corroído junto com a empresa.

Portanto, quanto mais ativos você tiver em carteira, menor é o risco específico dela. Ou seja, se uma empresa for mal, o seu patrimônio não será todo perdido.

Voltando aos exemplos anteriores, se a pessoa tivesse investido metade do seu patrimônio na Amazon e metade na Blockbuster, não estaria tão rica como se tivesse investido apenas na Amazon, mas não estaria tão pobre como estaria se tivesse investido apenas na Blockbuster.

Portanto, caso você queira ter uma tranquilidade maior em seus investimentos, a melhor saída é diversificá-los. Assim, além de investir em ações é importante ter a sua reserva de emergência, investimentos em renda fixa, FIIs, imóveis. Quanto maior o número e a diversidade de investimentos melhor.

CUIDADO AO DIVERSIFICAR

Outra consideração é que a diversificação deve ser feita em setores e não apenas em empresas.

Imagine que aquele investidor dos exemplos anteriores tivesse comprado ações da Blockbuster e das duas outras maiores empresas do ramo. A diversificação nesse caso foi enganosa, pois ele estava concentrado em apenas um setor que sofreu muito com a popularização da internet.

Portanto, provavelmente, esse investidor está mais pobre hoje do que quando fez os seus investimentos.

Porém, você está lendo esse texto porque quer saber quantas ações deve ter não carteira. Assim, já sabemos que uma ou duas pode ser muito arriscado. Mas, vamos tentar melhorar esse refinamento.

QUANTAS AÇÕES DEVO TER EM CARTEIRA?

Como vimos, uma ou duas ações deixam a carteira muito exposta ao risco específico da empresa. Assim, se você não se importa com isso, uma ou duas pode ser o número ideal para você. Mas, caso não se sinta seguro com essa exposição, deve levar em conta alguns critérios.

Qual o peso da ação no seu patrimônio?

Ao montar uma carteira é importante ter uma visão macro. Ou seja, não foque apenas no que você tem investido em ações. Analise a sua carteira como um todo e veja o quanto você deseja ter investido em FIIs, renda fixa, investimentos no exterior.

Portanto, o ideal é que nenhuma ação sozinha represente mais do que 2% do total dos seus investimentos. Este valor é importante para que nenhuma empresa represente sozinha uma grande parte da sua carteira. Assim, ela não terá um peso relevante no seu patrimônio, afastando boa parte do risco específico.

Caso você queira ter 25% da sua carteira em ações brasileiras, tenha, então, ao menos 13 ações, cuidando para diversificar também os setores de cada uma delas.

É claro que este percentual de 2% do patrimônio não deve ser adotado de maneira fixa. É claro que, se você quiser, pode se expor um pouco mais a uma ou outra empresa, mas tenha a consciência de que o risco da sua carteira será maior.

Obviamente, no início da montagem da carteira você estará mais exposto, pois terá menos ações. Não se preocupe com isso, pois o risco será reduzido com o passar do tempo e dos aportes mensais.

Também é importante deixar claro que se o preço de uma ação teve valorização e ela passou a representar 2,5% do seu patrimônio, por exemplo, não venda este 0,5% apenas por conta disso.

Tente entender porque houve a valorização acima da média e se os fundamentos da empresa ainda condizem com os seus critérios de avaliação.

Caso após a análise você conclua que vale a pena vender parte de sua participação, o faça. Porém, será que realmente vale a pena diminuir a sua participação em uma empresa que está indo bem para investir em outra que talvez não esteja desempenhando tão bem as suas atividades e entregando menos valor aos seus clientes e investidores do que a que você já é sócio?

Seja sócio apenas de boas empresas

Outra observação que deve ser feita é não diversificar apenas por diversificar. Imagine que você tenha 22% do seu patrimônio em dez ações, sendo que cada uma delas representa 2,2% do seu patrimônio.

Preocupado com esse 0,2% a mais de exposição do que você pretendia se expor em cada ativo, começa a estudar outras empresas. Porém, após muito estudo não encontra nenhuma ação que cumpra todos os seus requisitos.

Neste caso é muito mais interessante não comprar mais nenhuma ação do que se associar a uma companhia que você não acredita ser boa apenas para pensar que a diversificação estará sendo melhor executada.

Lembre-se que a sua diversificação não será apenas em ações e que você pode ter FIIs, ações no exterior, renda fixa. Então, um excesso de ações não irá lhe proteger de todos os riscos, pois o risco sistemático sempre existirá.

Não tenha medo de incluir novas ações na carteira

Contudo, o contrário também é verdadeiro. Não deixe de comprar uma ação que você tenha observado valor apenas porque já possui um número X de ações.

A ideia é acumular patrimônio por meio de ativos de valor. Se você observou valor em uma ação que ainda não tem em carteira, não há problema incluí-la em seu portfólio.

Existem diversos estudos que dizem que muitas ações na carteira podem prejudicar o seu desemprenho. Entretanto, observamos de maneira diversa.

O que podemos entender é que o risco específico ou não sistemático passa a não se modificar muito a partir de um número de ações em carteira. Mas, a qualidade da carteira não diminui apenas por esse motivo.

Veja essa imagem retirada do site Investopedia, que traz o gráfico do estudo citado.

Gráfico risco sistemático e de mercado na carteira de ações
Fonte: Investopedia

O eixo X (vertical) representa o risco da carteira. Já o eixo Y (horizontal) representa o número de ações. Perceba que o risco de mercado ou sistemático estará sempre lá e o risco específico diminui com o aumento do número de empresas. Contudo, essa diminuição chega a um ponto que passa a ser quase indiferente quando se acrescentam mais ações.

Muitos estudiosos dizem que o número mágico seria entre 15 e 20 ações, depois disso não há redução do risco específico. Nessa linha, dizem que a partir de então os riscos não diminuem, mas o potencial de ganhos sim.

Entretanto, discordamos que as chances de ganhos diminuem a ponto de não valer a pena a inclusão de novas ações.

Imagine que uma carteira hipotética tenha 20 ações muito boas. Acrescentar mais uma ação muito boa, como a Amazon, por exemplo, tornaria essa carteira pior? Entendemos que não.

É claro que a probabilidade de grandes subidas diminui, mas como o risco e o retorno são proporcionais, se os riscos não são menores, a redução da possibilidade de ganhos também não será afetada.

O importante é sempre estar diversificado em ações de boas empresas.

O que é correlação entre ações?

A correlação entre ações é uma estatística que mede a movimentação de uma empresa em relação à outra. Ou seja, o quanto uma está relacionada à outra. De maneira simples, uma empresa com correlação positiva à outra sobe quando esta sobe e com correlação negativa sobe quando a outra cai.

Como dito, não adianta ter 15 ações de bancos diferentes pensando que se está diversificando. Neste caso, a diversificação é pobre, pois é muito concentrada em apenas um setor. Perceba que há uma grande correlação entre estas empresas. Assim, se uma situação afetar diretamente apenas os bancos, toda a carteira será impactada.

Uma diversificação adequada deve ser feita levando em conta empresas que pouco se relacionam entre si. Portanto, a carteira deve ter, por exemplo, empresas do setor bancário, varejo, industrial, de alimentos e assim por diante.

QUANTAS AÇÕES TER NA CARTEIRA – CONCLUSÃO

Finalmente, por tudo o que vimos, podemos observar que cada pessoa deve ser a responsável por determinar o número ideal de ações em carteira.

É claro que estar concentrado em poucas ações pode ser um risco muito grande. Por outro lado, adquirir ativos apenas para aumentar a diversificação não é o ideal.

Dessa forma, para você: quantas ações deve ter em carteira?

Sobre o Autor

Felipe Piacenti
Felipe Piacenti

Sou Felipe Piacenti, advogado com larga experiência em planejamento de aposentadorias. Pós-graduando em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais pela PUCRS.

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